sexta-feira, 12 de abril de 2019

O OMEGA, O TAMBORIM E O SEVERINO

 Warren Browne e Mark Hogan

Foi em 1997, depois do lançamento do Chevrolet Omega. O presidente da GM do Brasil,  era Mark Hogan, um dos americanos mais brasileiros que já conheci.  Uma pessoa muito especial, que tinha emoções e as demonstrava. Deixou saudades quando foi embora  do Brasil.

E Mark Hogan, se apaixonou pelo Carnaval, Todo ano, saia de Detroit, para vir ao Rio de Janeiro torcer pelo sua escola do coração, a Portela, que fica na rua Clara Nunes, e tinha integrantes famosos, como  Maria Rita, uma  sambista de primeira.

Só que o ex-presidente da GM do Brasil,  não era apenas um apaixonado pela Portela, ele desfilou pela escola de Paulinho da Viola. E não foi apenas um elemento numa ala da escola. Não, o Mark não se contentaria em desfilar de novo, o que já tinha feito. Queria algo maior, mais participativo.

E foi parar na bateria. Verdade! Foi tocar tamborim na bateria da Portela, apesar do ceticismo de muita gente na escola e também na GM. Poucos acreditavam que ele iria conseguir. Venceu o seu lado brasileiro.

Mas, acostumado ao sucesso, como lançamentos do Corsa/Omega/Vectra, e remodelação das fábricas no Brasil, Mark se dedicou a ensaiar para poder tocar direito na Marquês de Sapucaí. E tocou!

Ai entram o Omega e o Severino

Como ele não conseguiria participar dos ensaios da escola, em Oswaldo Cruz, no Rio, ele transformou o Omega de seu uso numa verdadeira "quadra" para ensaiar. 

Todos os dias, o motorista da GM, o simpático Severino ia buscá-lo em casa, em São Paulo. Ele entrava no Omega, cumprimentava o Severino com a simpatia de sempre, colocava o cassete (ISSO MESMO, UM CASSETE, POIS AINDA NÃO EXISTIA PEN DRIVE NA ÉPOCA), com o samba enredo gravado, para tocar. Pegava seu tamborim e acompanhava a bateria da escola no percurso até a GM, por cerca de 40 minutos. Na ida e na volta!

"No começo era difícil", confessa Severino. 

Mas com o passar do tempo, ele percebeu que Hogan melhorava a cada dia. Várias vezes, antes do desfile,  o presidente da GM ia ao Rio para  "submeter-se" a um teste. E passou por todos. Desfilou, sem desafinar, numa das mais importantes baterias do carnaval carioca. Aliás, o Mark não foi o primeiro executivo da GM a sair na Portela. Antes dele, Warren Browne, diretor na casa já havia saído numa das alas, junto com esposa e filha. Depois evoluiu para a bateria e “carregou” o colega, Mark, com ele.


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