Serginho e seus vícios: Elvis, na gravata, e o cigarro entre os dedos.
Com certeza, alguns, entre o pessoal da nova geração da Toyota (que hoje comemora seu Dia Mundial), não conheceram o Sérgio Aparecido que atuou no setor até o início deste século, pelo jornal A Tribuna, onde ele foi, no início dos anos 70, um dos pioneiros no jornalismo automotivo, com o seu Jornal Motor. Mas, com certeza também, Mark Hogan, um dos nomes importantes, hoje na Toyota, conheceu o Serginho, que era unanimidade no setor, com seu bom humor, sacadas geniais e grande profissionalismo. Era apaixonado por carros. E pelo Elvis Presley.
Serginho era capaz de coisas sensacionais como, por exemplo, fazer com que o ponteiro do marcador de gasolina ser mais rápido que o do velocímetro, numa incrível viagem entre Santos e São Bernardo, de apenas 40 km, consumir o tanque de um Charger RT, que chegou à sede da Chrysler com pane seca.
Outra foi numa edição do Salão de Paris, tirar do ar a CNN, quando, involuntariamente, puxou o cabo que levava energia para o estúdio que a emissora ali montara para cobrir o evento. Ele puxava um carrinho, levando press kits que eram distribuídos pelas montadoras. Hoje eles foram substituídos pelo pen drive ou um simples endereço do site.
Contando com o bom humor do Serginho, seus colegas brasileiros lá em Paris, prendiam o carrinho para perturbar o pobre coitado. Só que, uma hora o Serginho perdeu a paciência e puxou com muita força o carinho que estava preso. Mas não era nenhum colega e sim os cabos da CNN, que saiu do ar. Um enorme segurança aproximou-se nervoso e perguntou, em inglês, o que ele estava fazendo ali. “Just walking” foi a resposta. De onde você é? E veio a resposta que só o Serginho poderia dar: “I am from Argentina”. E foi embora.
Elvis, sua paixão
Nunca vi um cara amar tanto um ídolo, como o Serginho amava Elvis Presley (bem, talvez o Ricardo Caruso, que até já escreveu um livro sobre o cantor e tem pedras da casa dele). Na sua casa tinha até um telefone que tocava com a voz de Elvis cantando “Love me tender". Amava e imitava o ídolo. Uma vez, numa casa de espetáculo em São Paulo fomos, eu ele e o Caruso, ver “o melhor cover de Elvis Presley do Brasil”. Os dois não escondiam a ansiedade. Serginho foi com uma bela camisa com a estampa do Rei do Rock.
Quando o artista entrou, com cabeleira e roupa iguais as do cantor, pensei que os dois iam ter um “treco”, tamanha emoção. O show começou e o cover passando entre as mesas, ia entregando o microfone para alguns frequentadores. Foi seu erro. Quando o deu na mão do Serginho, ele se inflamou e mandou lá um “Love me tender” e o público “veio abaixo”, não parando de aplaudir. E o Serginho não queria parar de cantar.
Quando devolveu o microfone para o artista ainda se ouvia: deixe ele cantar, deixe ele cantar!!!!!! Ele era melhor que o cover. Muito melhor!
Na casa do Rei, o desmaio
Outra dele com o Elvis, esta na casa do seu ídolo, em Memphis, nos EUA. Em visita à casa, Serginho conseguiu que a zeladora o autorizasse a vestir a roupa de Elvis (há dúvidas sobre essa autorização, mas aqui o que vale é a versão e não o fato). Ao sair do quarto para ir até o salão onde encontraria seus colegas, Serginho não viu uma porta de vidro e... pum!!!!! Desmaiou!
Há que garanta que, antes de bater com a cabeça no vidro, ele já havia desmaiado. De emoção, da mais pura emoção, por estar vestindo as roupas do Rei. Na casa do Rei.
Com certeza, Chico, nada acontece em vão e o Serginho encontrará seu (nosso) ídolo.
ResponderExcluirFantástico, Chico!
ResponderExcluirComo sempre, excelente. Sérgio era uma figura que aprendi a amar logo que o conheci nos anos 70.
ResponderExcluirChico, que registros lindos você nos trouxe. Trabalhei com o Serginho, uma pessoa
ResponderExcluirque sempre ficará com a gente.