Este é o bar
Hoje, o
presidente, ministros e afins viajam de jatos pelos céus do Brasil e de outros
países. Mas já houve tempo em que essas figuras da República viajavam de trem,
que tinham o mesmo luxo que os aviões oferecidos hoje a elas. Em Santos, um
desses trens, importados da Inglaterra no século passado, em breve estará
disponível para visitação pública.
O luxo é
visível, com aquelas deliciosas poltronas de vime, igual aquelas que apareciam
nos filmes rodados na Índia, nas casas e escritórios dos colonizadores
ingleses, que lá estiveram entre 1750 e 1850. São três os vagões da mordomia
presidencial e convidados. O primeiro, presidencial, com as confortáveis
poltronas de vime, com macias almofadas. Ventiladores com pás de cobre (ai se
os bandidos sabem disso!)
O
segundo vagão abrigava o bar e o restaurante. Tudo em madeira de Lei
ou seja, de primeira linha. Ali eram servidas refeições ligeiras, como
sanduíches e saladas e, claro drinks dos mais variados. Uma geladeira à antiga,
com gelo, ajudava a conservar os ingredientes.
O quarto
vagão era o administrativo, onde eram resolvidas as questões da República e uma
sala com confortáveis poltronas em couro (legítimo, claro!), enquanto uma
“Maria Fumaça” fazia o trem presidencial correr sobre os trilhos.
Como
chegou a Santos
Os
vagões presidenciais chegaram à Santos em 2014, segundo Paulo
Gonzalez Monteiro que, além de cuidar do trem presidencial é diretor do Museu
Pelé (conhece? Ainda não? Pois vá, vale a visita!).
Paulo,
um dos fundadores da Memotranspo – Associação Brasileira de Preservação da
Memória dos Transportes, conta que teve conhecimento de que os
vagões presidenciais estavam parados em uma área da extinta Rede
Ferroviária Federal, que existiu entre 1957 e 1999). Havia outras cidades
interessadas no trem presidencial, que acabou vindo para Santos.
Esses
vagões fazem parte da história da ferrovia no Brasil, que já teve 38 mil km e
hoje são apenas 10 mil, abrigando a Estrada de Ferro Vitória-Belo Horizonte e a
Ferrovia Carajás, com trens que fazem o trecho entre São Luis (MA) e Paraupebas (PA), para o transporte de carga e passageiros.
Na área exclusiva de carga, a empresa RUMO, destaca-se como a primeira no País,
com 14 mil km de trilhos entre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São
Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins.
Nos Estados Unidos e na Europa, são mais 250 mil km, na China
67 mil km, Argentina, 34 mil km e o México 23.400 km. Esses números, do
exterior, incluem transporte de carga e de passageiros.
Chico: já viajei num desses belos trens. Excelente. Serviço de primeiro qualidade. Quem sabe teremos esse modelo de volta. Parabéns pela matéria. PL Dias
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